28.11.06

porque não compro um carro

1) O tráfego está ótimo. Apesar da melhoria ser visível a olhos nus, gostaria de apresentar um índice empírico: às vezes, pego táxi para ir ao trabalho. Nesse semestre, sem reajuste na tarifa-padrão, houve um aumento de 28,6% no quanto eu gasto por viagem.

Como reclamam que faltam vagas? Nunca vi tanto carro parado!

2) Por sinal, quando você acha uma vaga, é hora de achar alguém vendendo talão de zona azul.

3) Quando você o acha, pode tratar de pagar o simpático ágio de 67%, pelo incrível privilégio de ficar estacionado por uma hora, em uma rua pública.

4) Quando acaba o período da zona azul, começa a extorsão nossa de cada dia. Pague o flanelinha para não riscar seu carro. O preço pode flutuar até 15 reais, pois alguns são mais qualificados do que os outros. É óbvio que você deve pagar um premium pela formação do sujeito.

5) Alternativa? Procure ajuda profissional na díficil tarefa de vigiar seu carro e pague por um estacionamento. Você desembolsará mais por isso, claro, pois o dono desse fino estabelecimento precisa dividir o bolo com os flanelinhas, para garantir que eles riscarão/roubarão os carros que estiverem nas redondezas.

6) Tudo bem, entretanto, pois sobra dinheiro com o combustível tão barato. Ainda bem que progredimos tanto na busca por combustíveis baratos e limpos para automóveis. Fico até perdido na inovação - a gasolina está aí há quanto tempo? 130 anos?

7) Fora que sobra combustível quando você é proibido por lei a usar seu carro de 25 mil reais + impostos + seguros por 52 dias do ano. Você não quer gastá-lo tão rápido, né?

8) Afinal, carros são muito resistentes e duráveis, e somente quebram a cada semestre devido ao nosso uso exagerado deles. Imagina o trabalho que damos para as montadoras, que precisam ligar as máquinas para fabricar as peças das quais nós, esbanjões, necessitamos para fazer o carro de 25 mil reais + impostos + seguro funcionar. É muita consideração.

2 comments:

Denis Mani said...

Ainda assim é uma ferramenta extemamente útil, indispensável até, em diversas ocasiões.

fernando araújo said...

táxi!