12.11.06

metalinguagem

Que piada ver esse monte de agências comprando mídia para obter votos no ridículo Prêmio Caboré. Pior ainda ver profissionais de respeito mandando e-mails para a sua caixa postal (você sabe, o tal do spam), pedindo encarecidamente a sua contribuição eleitoral.

Você sabe que está em uma enrascada quando sua atividade profissional vira uma finalidade em si mesma. Fazer comerciais com o propósito de ganhar prêmios, fazer um projeto para bater de frente com o de uma agência concorrente, fazer uma ação com marionetes porque, sei lá, você tem uma estranha obsessão por eles.

Dane-se o briefing, dane-se os clientes, dane-se o único maldito motivo da existência pífia do seu trabalho que é "VENDER MAIS". Você quer o status, os holofotes, o controle, a autoridade, a boquinha, para você e mais ninguém. EGO, EGO, EGO...

O engraçado é notar como é possível conseguir qualquer coisa no mundo manipulando o ego das pessoas. Felizes são aqueles com a clareza de pensamento e praxis para usarem essa premissa em proveito próprio.

O pior é que luto para não mais ser tão crítico dessas pessoas, pois os dedos devem ser apontados para aqueles que estabelecem as regras e permitem tal exploração. O primeiro grupo está é certo, pois joga de acordo com o tabuleiro. Don't hate the player, hate the game.

Não podemos falar de meritocracia, sem a constatação da relatividade do mérito em si. Em nossa sociedade, puxar um saco aqui ou mostrar um peitinho ali são atitudes dignas de mérito.

Por que sofro em assumir essa realidade? Talvez seja uma negação para conseguir lidar com minha inaptidão para sobreviver nesse meio. Sinto-me lutando, sem fôlego e propósito, contra a inexorável extinção da minha espécie... E sem um ecochato para lutar por mim.

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