7.12.07

trava-língua - fernando II

"Jamais caberá a todos praticar o uso correto de uma gramática quando não são dadas às ferramentas necessárias para a aquisição deste status."

Dá para ser mais óbvio?!? O meu ponto: todos devem estar CAPACITADOS para fazê-lo. Nem questiono de quem seja a responsabilidade por essa capacitação. Iniciativa pessoal? Pública? Privada? O ponto do argumento não é esse.

Não devemos aspirar por uma inteligibilidade nichada, para substratos universais específicos, mas sim por uma universal. Você deseja que continuemos nesse mundo de disparidade social, cada classe com o próprio dialeto, e o pobre, especificamente, cada vez mais marginalizado? Você REALMENTE acha que o conhecimento da língua não serviria como elemento de inclusão social? Idealmente, todos deveríamos estar capacitados para a leitura de um livro, de um jornal ou mesmo para a compreensão de um maldito horário político, e não somente para a conversa coloquial com os vizinhos.

"ele não se desdobra em políticas públicas avessas à educação, ou um "desprezo" quanto ao repasse financeiro destinado a este setor..."

Sério?!? Você tem visto TODOS os resultados da nossa esplendorosa educação ante os outros países? Você já viu aquele estudo recente que compara a receita tributária total com o investimento em educação? E a qualidade desse investimento, então? Quer olhar a prioridade dada a essa área por Chile e todos os Tigres Asiáticos, e a clara repercussão de tal iniciativa em suas economias e sociedades, e compará-la ao que acontece por aqui? A equação do investimento Estatal em educação, saúde, infra-estrutura, segurança pública, etc, é, POR EXCELÊNCIA, a responsabilidade primeira do presidente, senhor do Poder Executivo. Pode ter certeza de que suas decisões nessa seara, assim como nas outras, são guiadas por crenças, dogmas, valores pessoais.

"se é que existe..."

Sim, existiu. Não há necessidade de mencionar postura, ações ou não-verbais. O Lula falou isso, em várias ocasiões. Lembro-me especificamente de uma vez no rádio, em 2006. O resto da lista deve-se lembrar de outras.

"A resolução do exercício é simples. Contanto que ambos os presidentes sejam eleitos democraticamente eles são equivalentes. Se para você a competência funda-se na educação e você votou pensando assim, sem problemas."

Não me venha com sofismas. Nunca disse que a competência funda-se TÃO SOMENTE na educação. Caráter, bom-senso, inteligência interpessoal, raciocínio e cognição, repertório cultural - podemos enumerar novecentos fatores que determinam a competência de um presidente. Muitos, por sinal, aprimorados com a educação.

Fiz apenas uma mera provocação, não respondida por você. O mesmo sujeito, no mesmo cargo, em duas realidades hipotéticas - em uma, ele não concluiu o ginásio; na outra, concluiu o ensino superior. Não questionei o mérito democrático ou a LEGITIMIDADE do sujeito - o fraco gancho da sua resposta -, apenas a COMPETÊNCIA do sujeito para solucionar os problemas inerentes ao seu cargo.

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