23.8.06

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Sempre penso sobre as pessoas indefinidas que criaram as coisas mais óbvias e elementares para nós. Enquanto vangloriamos os grandes inventores, onde está o sujeito que primeiro transformou claras em neve ou vislumbrou as três cores e funções do semáforo?

A coisa fica mais crítica quando penso em nossa língua - surge uma dúvida por minuto na minha cabeça. Por ora, gostaria de conversar com a turma responsável pela pontuação. Acho estranho terem chegado a apenas uma solução "emotiva" na língua formal escrita, o ponto de exclamação (!) - interjeições aside.

Onde fica o meu amado sarcasmo? Relegado aos pontos de interrogação (?) que acompanham perguntas retóricas? A tristeza? A sensualidade? E a perplexidade, alguém?

Até mesmo a raiva fica indefinida ao vermos que o "!" serve para tapar buracos na hora de transmitir admiração, surpresa, assertividade, entusiamo... E ainda há quem critique o coitado.

Ingratos!

O surgimento e a popularidade dos emoticons não são modismos, mas necessidades. Suplantam a carência de nossa sisuda língua, de forma legítima e prática. Por mim, deveríamos adotá-los oficialmente.

A solução já está pronta, nem precisaremos de novos teclados. Bastará criar cadernos de caligrafia para carinhas e bocas, e ensiná-los nas escolas - não que as crianças não conheçam emoticons, mas alguém precisará avisá-las de que agora poderão usá-los em suas redações ;-)

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