O Senhor dos Anéis é um livro grande. Um cartapácio, deveras. Quantas são as páginas, uma mil e poucas?
O tal Tolkien devia ter muita história para contar mesmo - quase no nível de um assistente pessoal do Michael Jackson, após 25 anos de convivência com o artista do milênio, na Terra do Nunca. Não dá para deduzir outra coisa quando analisamos sua obra e vemos o festival de romances de duas resmas.
Mas a superfície de contador de história compulsivo, desesperado por vazão dos inúmeros contos que habitavam sua mente, não procede. Tolkien era um grande trapaceiro, enchedor profissional de bratwurst.
A evidência que tive: O Senhor dos Anéis. Não passa de longo, longo, longo e pretensioso livro de aventuras gastronômicas por vinículas francesas. Ruim, ainda por cima. O narrador arregimenta um sem-número de adjetivos esdrúxulos para descrever comida e paisagens, e deixa o enredo em segundo plano. A tal variedade de adjetivos não denota riqueza na narrativa - trata-se apenas de um recurso estético para descrever os mesmos seis atributos, sem repetir palavras. Isso para não falar do péssimo final que não acaba.
Poucas páginas bastaram para compreender que as montanhas eram imponentes, homéricas e altaneiras; o vento, gelado, cortante e impiedoso; as lembas, deliciosas, nutritivas e preciosas - o que vinha ao caso, já que, TODA MALDITA NOITE, os hobbits comiam porções ralas, escassas e miúdas, sem no entanto perderem as esperanças, pois sonhavam, TODA MALDITA NOITE, com mesas fartas, opulentas e nababescas, cheias de pratos saborosos, suculentos e deleitosos, descritos de forma barroca, rebuscada e pormenorizada.
Mil páginas do parágrafo acima alçaram O Senhor dos Anéis aos títulos de livro mais amado da Grã-Bretanha de todos os tempos e de um dos 100 melhores romances da língua inglesa dos últimos 84 anos. Nada mal para uma história que precisaria de 150 páginas, com detalhes.
Mas por que tamanha enrolação?
Para mim, Tolkien queria fazer volume e impressionar com o tamanho do livro, para que as pessoas acreditassem que se tratava de um épico.Bratwurst. Parece que deu certo.
E desde quando ser épico é uma virtude?!?
Triste pensar que o tempo dispendido nesse embuste de literatura gastronômica não volta mais. Pior então pensar que fui, masoquista, até o final, como uma mariposa que bate sua cabeça contra a lâmpada uma, duas, cem, mil vezes, até a morte anunciada.
2.2.07
bratwurst
postado por fernando araújo às 12:00 PM
Marcadores: cultura popular, embustes, literatura, senhor dos anéis
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2 comments:
Dizem os especialistas que este livro na verdade é político e autobiografico. Trataria na verdade da Inglaterra durante a guerra e no pós-guerra. Os anseios dos Hobbits seriam os sonho do povo ingles contra o grande mal alemão.....
Dizem os especialistas......
maniqueísmo?!? imagina...
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