Na capa da Ilustrada de hoje, lê-se, em letras garrafais, "Mojica (levado a sério)". Em tom de finalmente: "Ah, finalmente, o trabalho do Mojica recebe a tão merecida atenção". Refere-se à mostra vindoura de seus filmes.
Balela.
Tudo o que leio dele, há muitos anos, possui esse mesmo tom de revelação e reverência. Sempre vejo-o tratado como gênio incompreendido, figura cult, astro no exterior. "Levado a sério" - enfim, pela primeira vez! - doze, treze vezes.
Cada autor de matérias como essa sente-se como o responsável por jogar uma nova luz sobre a obra de Mojica. Mas esta já estava iluminada, em projetos, jornais, revistas e sites, há tempos. Acho essa prática de um desrespeito ímpar. Por que não tratar uma mostra de seus filmes como um evento regular, ao invés de uma reparação por injustiças passadas? Por que jogá-lo nesse gueto de marginal, após tamanha exposição (e aceitação) na mídia mainstream? Fazia sentido no passado. Não mais.
9.11.07
mojica levado a sério
postado por fernando araújo às 6:53 PM
Marcadores: folha, zé do caixão
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